Dividida

Quando ele ainda era o amor, ainda era a razão, veio até mim. Estava chateado, apesar de todas as desculpas que eu já havia dado. Ele veio até mim e quebrou todas as promessas. Me fez perder toda a confiança que de boa vontade um dia dei a ele, reabriu uma ferida em meu peito quando disse que não me amava mais, e me rasgou ao meio, quando disse que o motivo do fim era ele não se sentir amado. Controlei-me até a ultima palavra, segurei as lágrimas, mas ouvir aquilo me causou uma dor insuportável, impossível de segurar.. Como?Depois de tudo o que eu fiz!Depois que tanto confiei!Depois que eu me entreguei... Ele vem até mim como quem não quer nada, e joga na minha cara que tudo aquilo não foi nada!Porque ainda assim ele não se sentia mais amado, e sendo assim não me amava mais, lágrimas escorreram de meus olhos, ele me apertou em seus braços quando um grito de dor irrompeu por minha garganta,eu estava sendo rasgada,dilacerada,não duvido que tenha perdido pedaços de mim durante a separação,e ele ainda me pediu calma.Mas como controlar a dor?Fui rasgada ao meio. Uma das partes, a mais dolorida, já sentia um arrependimento profundo por tudo, ter confiado, ter se entregado, tê-lo amado, até por aquelas lágrimas, ele não as merecia. Vendo-a sofrer ele também chorou, e foi a outra parte, aquela que ainda o amava que o afagou, o consolou e disse “vai ficar tudo bem”,mas nem ela tinha certeza disso.Todos chorávamos,as duas partes de mim,e ele,o causador da dor.Mas nenhum de nós voltou atrás em suas decisões,eu continuaria a sofrer,e não pretendia perdoá-lo pela dor que me causou,ela pretendia continuar a amá-lo,e contra a minha vontade,entre nossas lágrimas,disse “Eu te amo” enquanto ele nos deixava.E ele,bom ele não voltou atrás apesar de suas lágrimas,e disse “Adeus”,jogando fora todos os momentos que passamos juntos,deixando-nos sozinhas para que colássemos os pedaços.

By:Valdilene Silva